terça-feira, dezembro 19, 2006

Meio, meio, um...

Rasgado
ao meio por mãos suaves como o vento,
ando, ando por aí...
desespero pela unidade.
Corpo frágil, enrugado pela dor
apresenta-se duro, firme, até esbelto.
Entranhas em ferida aberta, caminho só
por entre gente que se sente completa.
Definho separado da outra metade,
a respiração tornou-se penosa,
a cada golfada de ar sinto
o coração galopante.
Tenta sair de uma carcaça incompleta!
Voltar a ser um, é uma possibilidade
sempre sonhada,
sempre desejada,
sempre presente!
Acontece todos os dias
por breves instantes, em que encontro
a outra metade, completo-me...
Um...
respiro de forma ritmada,
pulmões cheios, orgulho insuflado.
Coração sereno, ondulante,
irradia energia por entre membros
em movimentos serenos,
ansiosos por oferecer carinhos.
Carcaça completa, inteira
composta por metades assimétricas.
Disposta a tudo, mais forte
quase indestrutível!
Puzzle resolvido e montado,
apresenta-se ao futuro, remendado.
Meio e meio, um por entre todos
julgo-me um!
Mas não o sinto...

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